Rio Grande, único porto marítimo do Rio Grande do Sul, possui vasta produção historiográfica realizada a partir de uma não menos ampla coleção de documentos escritos. No entanto, há um veio importante, ainda inexplorado: o exame dos contextos específicos e concretos onde se realiza a construção de uma sociedade capitalista e moderna - falta analisar o porto e suas adjacências, a malha urbana, a arquitetura e instalações, as circunstâncias materiais e técnicas, a espacialidade do próprio porto e suas relações no espaço mais amplo da cidade.
Assim, este projeto busca abordar, do ponto de vista da Arqueologia, a construção da paisagem riograndina considerando a multiplicidade de grupos sociais que estão na base dessa construção e sua participação na construção da sociedade capitalista local. A problemática deste projeto está situada no âmbito das relações entre a condição portuária da cidade e a construção da paisagem, tanto no nível físico, como social e simbólico, bem como nas formas tomadas por essas relações. Para tanto, considera-se a paisagem arqueológica como artefato e busca-se identificar diferenças e semelhanças na cultura material que expressem manifestações identitárias, procurando os ritmos, a organização e o modo de viver dos diferentes grupos, verificando as peculiaridades das idéias de modernidade.
Beatriz Thiesen -
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Universidade Federal do Rio Grande - FURG